quarta-feira, 30 de junho de 2010

Um toque para o destino

As luzes acompanhavam a música que preenchia o salão e já incomodavam meus ouvidos. Um cartaz com escritas coloridas pregado na parede chamava a atenção. Com o dizer: "Formandos 2010". Senti uma mão em meu ombro e me virei.
-Não vai dançar Liz? - Joana me encarava com aqueles olhos negros. -Sua festa de formatura não acontece sempre.
-Eu já vou, só estou um pouco enjoada.. - Sentei em uma cadeira vazia do meu lado.
-Quer alguma coisa? - Joana fitava-me com aquele olhar preocupado que tanto conhecia.
-Não preciso de nada - Menti -Vai dançar que o Erique está te esperando - apontei para um garoto parado na pista de dança, que não tirava os olhos de minha amiga. Ela cedeu e foi junto a ele, mas não antes de deixar bem claro que eu poderia chamá-la quando precisasse.
Mas eu não queria sua ajuda, não queria a ajuda de ninguém, a única pessoa que me faria bem naquele momento estava a 987km de mim, em uma nova escola, com uma nova vida. Eu sabia que com o tempo ele iria me esquecer.
Minhas memórias se interromperam com o toque padrão de meu celular, remexi a pequena bolsa e peguei o celular e ao atendê-lo me deparei com uma mensagem na caixa postal. Aquela voz quase perdida em minhas lembranças fizeram meus olhos lacrimejarem. Não esperei mais, levantei da cadeira e fui abrindo espaço entre os estudantes dançando e os poucos bêbados que caiam, ou então, se jogavam em cima de mim. Com toda a pressa e desespero do momento, minha saia ficou presa na maçaneta da porta principal, mas não parei, puxei-a rasgando um pouco o lado e fui direto a um táxi já contratado para a disposição daqueles embriagados.
-Para o aeroporto! - Gritei enquanto me jogava no banco traseiro.
O motorista , ao constatar minha pressa, pisou no acelerados sem nada perguntar. Mesmo demorando somente vinte minutos até chegar ao aeroporto, para mim pareceu uma eternidade.
Ia trombando em várias pessoas enquanto meus olhos percorriam todos os cantos do aeroporto, até que algo chamou minha atenção. A figura sentada em um banco sorriu para mim com seus olhos brilhando e veio em minha direção. Congelei, não sabia o que fazer quando ele parou em minha frente, se aproximou cada vez mais até que o toque de seus lábios suavemente me despertou daquele transe.

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